Cabo Verde tem uma agenda e estratégia para “aumentar” a resiliência nacional

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Garantia foi dada esta manhã pelo Chefe do Executivo, que apontou três “grandes prioridades” que visam aumentar a resiliência do País e a adaptação face aos choques externos e às mudanças climáticas

O Primeiro-Ministro garantiu esta terça-feira, 29, ao abrir o debate mensal no Parlamento, sobre os desafios de Cabo Verde face às mudanças climáticas e aos choques externos, que Cabo Verde tem uma agenda e uma estratégia de médio e longo prazos para “aumentar” a resiliência nacional e a adaptação face aos choques externos e às mudanças climáticas, alinhada com os grandes compromissos e parcerias internacionais como a Agenda Global 2030, a Agenda 2063 da União Africana, a Samoa Pathway dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento e o Acordo Climático de Paris.

Segundo garantiu, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável “está alinhado” com esses compromissos, ao passo que as medidas e metas de adaptação constantes na Contribuição Nacionalmente Determinada no quadro do Acordo Climático “estão em execução”.

Ulisses Correia e Silva observou que entre 2015 e 2017, Cabo Verde melhorou “progressivamente” a sua capacidade de resposta às mudanças climáticas, passando do lugar 79 para 69, num total de 181 países mais preparados para dar respostas eficazes às mudanças climáticas.

Na sua intervenção no Parlamento, o Chefe do Governo confirmou que constam da agenda do Executivo nacional e da estratégia de médio e longo prazos, três “grandes prioridades” que visam aumentar a resiliência do País e a adaptação face aos choques externos e às mudanças climáticas, e precisou ser a transição energética, a estratégia da água e de resiliência do setor agrário e a estratégia de desenvolvimento rural estas prioridades.

No capítulo da transição energética, a meta é atingir a neutralidade carbónica prevista no Acordo de Paris, sendo 50% renováveis em 2030 e 100% em 2040, e 100% de veículos elétricos até 2050. “Temos estado a implementar uma estratégia de transição energética para atingir essas metas, por razões que se prendem com a economia e com o ambiente”, vincou, assegurando que reformas e um conjunto de medidas “têm sido adotadas” para a promoção da eficiência energética no País.

Em matéria da água e de resiliência do setor agrário, UCS deixou claro que o seu Governo pretende que este seja «menos dependente» das chuvas através da implementação de programas «coerentes e complementares capazes de reforçar a resiliência e fomentar o setor agrário».

Para tanto, garantiu, está a ser implementado uma estratégia da água assente no aumento da produção de água potável dessalinizada do mar, para o consumo humano, dessalinização da água salobra para a agricultura, massificação do uso das energias renováveis na produção de água para a agricultura, afetação da água dos furos, poços e nascentes apenas para a atividade agrícola, aumento significativo da reutilização das águas residuais na agricultura, massificação do uso de rega gota-a-gota, aumento da capacidade de prospeção e perfuração a grandes profundidades, aliado a investimento em auto-tanques para o transporte de água para o consumo doméstico e animais nas zonas mais distantes das fontes de água.

«Programas estruturantes para aumentar a resiliência, têm sido acompanhados por programas de mitigação para fazer face a situações de emergência provocadas pela seca. Um fundo nacional de emergência foi criado”, recordou o PM.

Ao introduzir o tema, UCS lembrou que em 2015, todos os 192 Estados-membros das Nações Unidas se uniram para comprometer-se com o cumprimento dos ODS no horizonte 2030, e advertiu que um dos desafios maiores são as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, sendo que o aumento do aquecimento global e do nível do mar de forma “acelerada” alertam para a urgência de “acelerar” a ação climática.

O debate decorre ao longo desta terça-feira, 29, foi solicitado pelo Grupo Parlamentar do MpD.

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2 COMENTÁRIOS

  1. O jornal do “Bloco de Esquerda”, sempre ávido por publicar as burrices da Janira, noticiou que o governo “fez orelhas moucas” aos alertas da ONU sobre as alterações climáticas. Pois bem. Como é mais fácil pegar um mentiroso que um ladrão, esqueceu-se o jornal de perguntar como pode o PAICV construir quase uma dezena de barragens num país de clima árido e sem sem chuva e ainda assim achar que gastar milhões de contos em obras hidráulicas dessas que não acumulam água seja por falta de chuva, seja por incompetência nas construções garantem a resiliência. Enfim, parece que no PAICV Janira não convence ninguém, ao contrário de no expresso das ilhas onde seus fãs não passam de grandes nabos.

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