Eleições em Angola trouxeram “alteração no sistema político” no País

0

Constatação é do antigo governante Português e um dos observadores do processo eleitoral em Angola. Paulo Portas diz ser “essencial” perceber se o Partido de João Lourenço “aceita a partilha de poder” no País

Ainda as eleições gerais do dia 24 de agosto em Angola, continuam a dar que falar. À margem das polémicas entre a UNITA, o MPLA e a própria CNE, várias têm sido as vozes a opinar sobre aquelas eleições.

Apesar de a CNE declarar o MPLA vencedor, a UNITA alega que o Partido de João Lourenço não venceu o pleito. Entretanto, o antigo governante Português e um dos observadores das eleições, Paulo Portas, analisou, na ressaca das eleições, a ida dos Angolanos às urnas e admitiu que há uma “alteração” do sistema político naquele País atribuiu aos jovens responsabilidade nesta mudança.

Independentemente da decisão final, Portas diz que neste momento a “questão essencial” é perceber se “o MPLA aceita a partilha de poder”, uma vez que o Partido perdeu a maioria qualificada que detinha no Parlamento.

“O MPLA já não pode fazer revisões da Constituição sozinho”, lembrou, observando que vai precisar “de chegar a acordo” com a UNITA.

“Angola está neste momento entre o risco de regresso à violência, que deve ser contido e evitado, e a oportunidade de ver um compromisso entre as principais forças políticas e fazer aquilo que chamo de uma espécie de segunda transição”, comentou no “Global”, espaço de comentário que ele tem na TVI.

“A UNITA teve o melhor resultado de sempre, mas não me parece que seja conjuntural”, considerou Portas. Já o MPLA, “foi penalizado pela abstenção”, comentou.