“Enquanto nos é dado o Príncipe da Paz, ventos de guerra continuam a soprar, gelados, sobre a humanidade”

0

Na bênção Urbi et Orbi, deste Dia de Natal, o Sumo Pontifice voltou a expressar tristeza pelas situações de guerra ao redor do mundo e pedi gestos concretos de solidariedade para com todos

O Papa Francisco reconheceu nesta manhã do Dia de Natal, com tristeza, que “enquanto nos é dado o Príncipe da Paz, ventos de guerra continuam a soprar, gelados, sobre a humanidade”.

Na mensagem proferida durante a bênção Urbi et Orbi, Francisco pediu que “o nosso olhar se encha com os rostos dos irmãos e irmãs Ucranianos que vivem este Natal na escuridão, ao frio ou longe das suas casas, devido à destruição causada por dez meses de guerra”, iniciada a 24 de fevereiro. Por isso pediu também gestos concretos de solidariedade para com todos os que sofrem e que o Menino de Belém “ilumine as mentes” de quantos têm o poder de fazer calar as armas e pôr termo “imediato” a uma “guerra insensata”.
Se fixarmos o rosto do Menino Jesus, disse o Papa, “naquele rostinho inocente, reconhecermos o das crianças que, em todas as partes do mundo, anseiam pela paz”.

Francisco lamentou, no entanto, que “infelizmente, prefere-se ouvir outras razões, ditadas pelas lógicas do mundo”.
Neste dia, em que as famílias se reúnem e “sabe bem encontrar-se ao redor da mesa recheada, não desviemos o olhar de Belém [que significa ‘casa do pão’] e pensemos nas pessoas que padecem fome, sobretudo as crianças, enquanto diariamente se desperdiçam quantidades imensas de alimentos e se gastam tantos recursos em armas”, afirmou.

“A guerra na Ucrânia agravou ainda mais a situação, deixando populações inteiras em risco de carestia, especialmente no Afeganistão e nos países do Corno de África”, acrescentouo Papa.

“Toda a guerra provoca fome e serve-se do próprio alimento como arma, ao impedir a sua distribuição às populações já atribuladas”, ajuntou o Pontífice.

“Neste dia, aprendendo com o Príncipe da Paz, empenhemo-nos todos – a começar pelos que têm responsabilidades políticas – para que o alimento seja só instrumento de Paz”.