Covid-19/EUA. Cônsul de Cabo Verde em Boston recomenda ficar em casa

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Pandemia está a afetar grandemente os EUA e a fazer vítimas mortais entre Cabo-verdianos. Já são 13 óbitos apenas entre Boston e Brockton, mas há confiança na retoma da economia

O Cônsul de Cabo Verde em Boston, nos Estados Unidos, está confiante em como a economia daquele País vai “recuperar-se” do forte impacto provocado pela pandemia do Covid-19, e assinala que os Cabo-verdianos constituem um povo e comunidade “resiliente”.

Em declarações ao OPAÍS.cv, a partir de Boston, Hermínio Moniz deixou uma mensagem de confiança a cada um dos Cabo-verdianos e apela aos conterrâneos, em território Norte-americano, a ficarem em casa, desde que não esteja a fazer nenhum serviço essencial que o obrigue a sair. “Sair só para atividades essenciais” pediu.

A nossa comunidade no estado de Massachusetts, tem sido bastante afetada pela pandemia e já se contam, pelo menos, 13 mortes. As Cidades “Cabo-verdianas” de Boston e Brockton são as que concentram a “grande parte” dos óbitos, entre nacionais de Cabo Verde.

O número total de infetados no seio de Cabo-verdianos é uma incógnita, refere o Cônsul, apontando para “dificuldades” de obter esta informação junto das autoridades Norte-americanas. Diz, no entanto, que há um “bom número” de casos de recuperados.

Conforme refere o Cônsul, as autoridades dos EUA ainda não classificam os Cabo-verdianos como um grupo étnico, e para as estatísticas de Covid-19 classificam os Crioulos como “Afro-americanos ou outros”, daí sugerir que no Censo 2020, a nossa comunidade deve-se “impor como Cabo-verdiana, na pergunta sobre raça ou etnia”.

O Cônsul nota que os familiares de Cabo-verdianos “não revelam” muitas informações sobre a pandemia, e observa que muitos infetados, se não têm sintomas graves, nem vão aos hospitais, permanecendo em casa, em quarentena.

“Os estudos indiciam claramente que Covid-19 ataca a todos, mas é mais prevalecente entre as minorias e a nossa comunidade faz parte das minorias”, comentou.

Em tempos de pandemia, ficar em casa e praticar o distanciamento social são opções muito inteligentes e é nesse sentido que o Cônsul Hermínio Moniz faz um apelo aos Cabo-verdianos no sentido de se “evitar” todo e qualquer evento onde possa ocorrer aglomerações de pessoas, nomeadamente festas. Quando ocorrer mortes, sugere que as visitas e apresentação de pêsames sejam feitas “por telefone ou correio eletrónico”.

Por outro lado, Hermínio Moniz apela a que se evite “consumir informação falsa” dos que considera ser “profetas da desgraça” de modo a se evitar o pânico. “Procurar fazer uma alimentação saudável e mais importante, cumprir as orientações das autoridades políticas e sanitárias”, recomendou.

Nota-se que a presença de Cabo-verdianos nos EUA data de há 200 anos, iniciada com a pesca da baleia, sendo que os Estados Unidos abriram um Consulado no nosso País em 1818.

A Comunidade Cabo-verdiana está espalhada nos diferentes Estados dos Estados Unidos da América e a grande concentração de Crioulos acontece na região da Nova Inglaterra, nomeadamente, nos Estados de Massachusetts e Rhode Island.

Os EUA contabilizam, neste sábado, mais de 706 mil casos de infetados e 34.386 óbitos. O Estado de Massachusetts que incluiu as Cidades de Boston e Brockton, regista mais de 34 mil casos e 1.404 mortes, sendo 13 entre Cabo-verdianos, sendo o terceiro Estado mais afetado pela pandemia, com Nova Iorque a liderar com cerca de 231 mil casos, seguido de Nova Jersy, com mais de 78 mil casos.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Excelêntíssimo Consúl Geral de Cabo Verde em Boston, Dr Herminio Moniz: Agradecemos a sua menssagem,declaração, e informação sobre esta Pandemia aos Caboverdianos residentes, ou de passagem por este país, demostra realmente a sua preocupação como representante do governo de Cabo Verde.
    Obrigado e boa Sorte.
    Emilio Silva

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