Silvino da Luz, que fora indigitado pelo antigo Primeiro-Ministro, José Maria Neves, atual Presidente da República, é confirmado como acionista pelo próprio Banco – BAI, sedeado na Cidade da Praia
O histórico do PAICV, Embaixador de Cabo Verde em Angola, durante largos anos, é um dos maiores acionistas do Banco BAI Cabo Verde, detido, maioritariamente, por Angolanos.
A informação é do próprio Banco BAI Cabo Verde, instituição financeira baseada na Capital Cabo-verdiana que acumula um Capital Social na ordem dos dois mil, noventa e dois milhões, trezentos e oitenta e cinco mil Escudos.
Segundo o Banco BAI, Silvino da Luz figura como o terceiro maior acionista, com uma quota de participação no valor de 153.340.000 de Escudos, e que equivale a 153.340 ações. “Cada ação tem o valor nominal de mil Escudos Cabo-verdianos”, refere a fonte.
O próprio BAI detém 81,63% do banco e a Sonangol Cabo Verde uma quota de 9,20%.
Segundo consta, o Banco BAI chega a Cabo Verde em novembro de 2008, tendo sido inaugurado pelo então Primeiro-Ministro, hoje, Presidente da República, José Maria Neves. Nessa altura, Silvino da Luz ainda era Embaixador de Cabo Verde em Angola.
O BAI tem uma rede de 10 agências em Cabo Verde, nas Ilhas de Santiago, São Vicente, Boa Vista, Sal e Fogo.
Um observador, consultado pelo OPAÍS.cv com esta realidade, considera-a “muito comprometedora” no fato de Silvino da Luz ser acionista deste banco, e questiona “que expedientes” é que o então Embaixador terá usado para entrar na estrutura acionista do BAI, sendo que em Angola ele representava “interesses do Estado de Cabo Verde e não seus próprios interesses”.
“Há, aqui, uma questão clara de conflito de interesse”, observa a fonte, sugerindo que Cabo Verde deve “investigar para saber” se recursos públicos não terão sido “desviados” para interesses pessoais ou de grupos.
“E há que saber se o Embaixador não figura como testa de ferro de outros Cabo-verdianos neste negócio”, sugere.
