Hablar la verdad Francisco

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O candidato e cabeça de lista do PAICV para o Círculo Eleitoral da Europa às eleições do dia 18 de Abril, Francisco Pereira, passou por Burela, Lugo, no passado dia 28, quando em 5 de Julho de 2019, juntamente com o Deputado do MpD Emanuel Barbosa, esteve em Bembibre.

Na sua primeira passagem, fora do período eleitoral, não criticou nada e congratulou-se com o facto de a nossa comunidade estar satisfeita com o funcionamento da Embaixada de Cabo Verde em Espanha, tirando na altura um problema que se prendia com o atendimento telefónico que foi prontamente resolvido. Porém, desta feita, nesta sua recente passagem por Burela, com as eleições à porta resolveu mudar de óculos, de conversa, de atitude e entrou no modo “cata votos”, dizendo que a comunidade Cabo-verdiana em Burela foi “deixada à sua sorte!” e que pôde auscultar os seus problemas, “mormente dificuldades em obter documentação e distanciamento das Embaixadas”.

Vamos aos factos:

1. Distanciamento às Embaixadas não, mas, sim, à Embaixada, pois o sr. Candidato é Deputado deve e tem responsabilidade de saber que só temos uma embaixada em Espanha;

2. Distanciamento físico é natural que haja porque Burela dista 470,32 Km em linha recta de Madrid onde fica a nossa Embaixada. Todavia, no que tange aos serviços prestados pela nossa Embaixada diria que é de proximidade resultante do titânico esforço que a Embaixada e os seus colaboradores, o Sr. Embaixador e Governo de Cabo Verde têm feito para levar os serviços consulares o mais próximo possível da nossa comunidade espalhada pelo território espanhol que não é mais nem menos do que 504 782 km²!

3. Informo ao Senhor candidato que Burela foi a primeira comunidade a ser visitada pelo Embaixador Ney Cardoso, logo depois de ter apresentado as Cartas Credencias. Nessa altura, a questão da documentação, do passaporte, sobretudo, era central. Para ultrapassar esta situação, o Embaixador/a Embaixada assumiu o compromisso de realizar Consulados itinerantes à Burela periodicamente, e quando tal se justificar. O primeiro Consulado itinerante estava marcado para iniciar no dia 21 de março de 2020, mas, foi cancelado devido a Declaração do Estado de Emergência em Espanha por causa do Covid-19. Enquanto membro da comunidade emigrada de Espanha interessado nos assuntos que lhe dizem respeito estou em condições de lhe informar que o compromisso da Embaixada e do Consulado em manter essa proximidade com as comunidades cabo-verdianas espalhas por Espanha e ajudá-las a resolverem os seus problemas, mantém-se, e mantém-se forte. É consabido que a Embaixada está pronta para agendar a realização deste Consulado Itinerante para Burela logo que a situação sanitária o permitir. A Embaixada tem estado em contacto com as Autoridades locais de Burela na procura de soluções para os múltiplos problemas que afetam os cabo-verdianos que vivem nessa localidade, inclusive com professores que trabalham com os filhos dos cabo-verdianos.

4. O Senhor Francisco Pereira por acaso já ouviu falar, já utilizou o portal consular online e informou os nossos conterrâneos de Burela que tal portal disponibiliza vários serviços aos nossos emigrantes a distância de um click sem ter de sair de casa?

5. Quando diz que a comunidade foi deixada a sua sorte só pode estar a referir-se quando o seu partido estava no poder em que nem sequer um passaporte para viagem e para regularização documental em Espanha conseguia emitir aos cabo-verdianos;

6. Pois, quando fala em dificuldades em obter documentação deve estar, com certeza, lembrado do tempo em que o seu partido era governo em que emissão do passaporte demorava 1 ano e as vezes até mais;

7. Com medidas muito oportunas tomadas pelo Governo, a partir de 2018 a emissão dos passaportes entrou definitivamente na normalidade.

8. Para que possa falar com propriedade e rigor informo-lhe que na anterior legislatura, com o PAICV no poder, a nossa Embaixada em Espanha a semelhança do que acontecia com as outras pura e simplesmente não conseguiam emitir passaportes que demoravam uma eternidade como acima referido, enquanto que nesta legislatura, com o MpD no governo, emitiu milhares de passaportes, ademais num tempo médio de 10 dias.

Concluindo, quero dizer ao Senhor candidato Francisco Pereira que:

1. Relacione-se com verdade com os cabo-verdianos da Diáspora Europeia.

2. Relacione-se com eles com coerência, evitando dizer uma coisa fora do período eleitoral e o seu contrário quando estamos em campanha eleitoral.

3. Saiba reconhecer os ganhos da Nação cabo-verdiana, principalmente aqueles que dizem respeito aos nossos laboriosos emigrantes.

4. Lute pelo voto como é normal nas eleições, mas que não troque a sua dignidade pelo voto.

5. Saiba que os cabo-verdianos da Diáspora hoje têm acesso directo às informações relacionadas com a vida do país e as suas instituições no estrangeiro, pelo que não é tarefa fácil enganá-los;

6. Por último, Senhor deputado Francisco Pereira, reflicta quanto a baixa assistência que tem tido por onde passa e veja se não tem a ver com a indisponibilidade da nossa Diáspora em ouvir quem se posiciona como a folha da bananeira, isto é, “hora li hora la, conformi bentu lebal”.

Votos de uma boa campanha, mas acima de tudo com respeito pela verdade e pela inteligência das pessoas. Na política não vale tudo! És Francisco e mesmo não sendo Papa ficava-te bem como deputado falar verdade as pessoas.



1 COMENTÁRIO

  1. Pedir ao Paicv para não mentir, é mesma coisa que pedir a um doente com doenças pulmonares que se esforçasse para não respirar. Paicv precisa de mentira como o ser humano precisa de ar para respirar. Está impregnado no seu “ser” mentir.

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