CD está pronto mas edição está condicionada a patrocínios. Músico santontonense estima ter o disco em mãos por altura de Nossa Senhora do Rosário, em outubro
“Mãezinha Querida”, assim se intitula o próximo disco de Homero Fonseca, um álbum em que o autor apresenta dois temas da sua própria autoria e vários outros compositores. O álbum tem a produção de Quim Alves um nome “intransponível” na cena musical Cabo-verdiana.
O CD já devia estar no mercado, mas condicionantes de ordem financeira têm travado o autor que se vê perante algo “difícil” pois que, quando não há dinheiro disponível “tudo fica mais difícil”. Mesmo assim o também Jornalista não se desarma, e aponta para outubro, possível data para ter o disco. Mas “continua tudo em aberto”, avisa.
Leia a entrevista que Homero Fonseca nos concedeu a partir da Ribeira Grande de Santo Antão.
OPAÍS – Em que pé está o seu novo trabalho discográfico?
Homero Fonseca – Este novo trabalho está a decorrer com alguma lentidão. Caminha mais devagar do que seria desejável, para mim, e é assim devido a dificuldades financeiras.
Mas a gravação está pronta e só me faltam os necessários recursos para o pagamento dos direitos de autor e para a edição do CD que será intitulado “Mãezinha Querida”.
Que compositores “emprestam” temas ao seu disco?
Duas das composições são de minha autoria. Conto com composições do Antero Simas e Hélio Cruz, do Mário Lúcio, do Alberto Alves (Neves), do Jorge Pedro Barbosa, do Djô Cabel (José Martins), do Arlindo Évora, do Walter Tavares e do Calú de Basila.
Para quando está previsto o lançamento?
O lançamento era para “ontem” mas, como disse anteriormente, dificuldades financeiras têm estado a condicionar o timing inicialmente previsto.
Estou a lutar para que o lançamento seja feito por ocasião da festa de Nossa Senhora do Rosário, mas continua tudo em aberto.
Tem sido fácil a preparação do Disco?
Não! Claro que não! Quando não há dinheiro disponível tudo fica mais difícil.
Em termos de patrocínios, como estás?
Quase a zero! Tenho o patrocínio do Ministério da Cultura, da Câmara Municipal da Boa Vista, desde o mandato anterior, bem como da Câmara Municipal do Paúl e já consegui vender, antecipadamente, para algumas Câmaras Municipais e empresas. Mas preciso de mais e… está difícil.
Como avalia o ambiente musical Cabo-verdiano, tendo em conta as variedades de géneros, agora existente?
O ambiente musical em Cabo Verde é excelente. A diversidade só acrescenta valor à música que se faz em Cabo Verde e se conseguirmos “casar” a música genuinamente Cabo-verdiana com os novos géneros que vão surgindo, todos teremos a ganhar.
Mas para já acho que o foco de todos os Cabo-verdianos tem de ser, neste momento, a elevação da Morna à categoria de Património Imaterial da Humanidade. Do resto, trataremos depois. Temos tempo.
Recentemente estivestes na gala da Sociedade Cabo-verdiana de Música, onde se anunciou o pagamento dos direitos de Autor, como encara este procedimento?
Não só se anunciou como se procedeu aos primeiros pagamentos. É uma vitória da música Cabo-verdiana. Vem tarde, é certo, mas mais vale tarde do que nunca.
Os músicos e compositores Cabo-verdianos muito esperaram e acabaram por tomar o processo nas suas próprias mãos, com a criação da Sociedade Cabo-verdiana de Música e, desde então, são vitórias atrás de vitórias que vão culminar, certamente, na cobrança e pagamento regular dos direitos de autor em Cabo Verde.