Inflação. PM garante que Estado absorveu 80% dos “choques” transmitido aos consumidores

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Ulisses Correia e Silva deu essa garantia hoje na abertura do debate sobre a Inflação, onde assegurou que com as medidas tomadas pelo seu Governo, apenas 20% desse choque foi transmitido aos consumidores

No debate sobre a “Inflação e o seu impacto na vida dos Cabo-verdianos”, o Primeiro-Ministro que falava sobre os “choques” climáticos, económicos e sociais que Cabo Verde tem sido exposto desde 2017, garantiu que devido às medidas tomadas pelo Governo, apenas 20% desse choque foi transmitido aos consumidores, assegurando que os restantes 80% foram absorvidos pelo Estado.

Ao abrir o debate, o PM lembrou que desde 2017, Cabo Verde tem sido exposto a “choques” climáticos, económicos e sociais com “forte impacto” no rendimento das famílias. As “secas severas”, por sua vez, provocaram quebra de produção agrícola, sendo as famílias rurais as mais afetadas.

No entanto, o Governo suportado pelo MpD implementou programas de mitigação dos efeitos da seca e dos maus anos agrícolas em benefício dos agricultores, criadores de animais e famílias das zonas rurais. A pandemia da Covid-19 “provocou uma elevada contração económica, com impacto no emprego e no rendimento das famílias”. Para além das medidas de proteção ao emprego e às empresas, acntuou UCS, o Governo reforçou a abrangência do Rendimento Social de Inclusão através do Rendimento Social de Inclusão Emergencial e criou-se o Rendimento Social Solidário dirigido aos operadores do setor informal e do regime REMPE e que vigorou durante o Estado de Emergência na pandemia.

“A guerra na Ucrânia fez a inflação disparar a nível mundial em 2022, interrompendo um percurso de vários anos de baixa inflação”, constatou o Chefe do Governo, observando que a inflação “atingiu fortemente” os países com os quais Cabo Verde tem o “essencial” das suas relações comerciais. En UCS exmplificou com casos concretos: a Zona Euro, a inflação passou de 2,6% em 2021 para 8,3% em 2022; em Portugal, a inflação passou de 0,9% em 2021 para 7,9% em 2022 e em Cabo Verde, a inflação passou de 1,9% em 2021 para 7,9% em 2022.

Face a esta realidade, o Governo implementou “medidas financeiras, fiscais e de regulação” para mitigar os efeitos da inflação importada que atingiu fortemente os preços dos combustíveis e da eletricidade e de produtos de primeira necessidade e os cereais.

Só a inflação, provocou em Cabo Verde, um agravamento dos custos dos produtos energéticos em 2,1 milhões de contos. “Um enorme choque externo, agravado pela desvalorização do Euro face ao Dólar ocorrida em 2022”, enfatizou o PM.

Estancar os choques

Devido às medidas tomadas pelo Governo, apenas 20% desse choque foi transmitido aos consumidores, indicou o PM, assegurando que o Estado “absorveu, direta e indiretamente”, 80% do choque, mas UCS advertiu que caso as medidas não tivessem sido implementadas pelo seu Governo, os preços do gás butano, da gasolina, do gasóleo e da eletricidade “teriam tido aumentos muito superiores aos registados”.

Aqui também ele deu exemplos muito claros. “As medidas tomadas impediram que o preço do gás butano ultrapassasse o preço que vigorava em fevereiro de 2022, antes do início da guerra. Sem as medidas, o valor da tarifa de eletricidade no segundo escalão, que abrange a maioria dos consumidores domésticos, seria 67% acima do valor antes da guerra. Aumentou 15%. Sem as medidas, a Tarifa Social de Eletricidade teria um aumento de 157%. Não aumentou. Os produtos alimentares de primeira necessidade também foram fortemente afetados pela inflação importada, particularmente o milho, o trigo e óleos alimentares”.