LIBERDADE DE IMPRENSA: Governo “corrige” imprensa nacional

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Governo traduz relatório do Departamento dos Estados Unidos sobre liberdade de imprensa e questiona tratamento dado à notícia

Depois do PM ter-se socorrido do Facebook para mostrar sua indignação à forma como o relatório do Departamento de Estados dos Estados Unidos mereceu tratamento jornalístico em Cabo Verde, o Governo veio a público traduzir o que a maioria da imprensa nacional não conseguiu.

Wm comunicado emitido pela assessoria do Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, tutela da Comunicação Social, o Governo é categórico ao afirmar que houve “claramente interpretação errada” do documento dos Estados Unidos e fala mesmo em “manipulação” de informação do referido relatório.

O Governo reitera não constar no documento “qualquer menção” a violação dos direitos de imprensa como se chegou a reportar pela Agência Lusa e outros mídeas nacionais que seguiram a agência portuguesa.

“O relatório é taxativo ao afirmar que durante 2017 a imprensa independente estava ativa e expressou uma ampla variedade de opiniões sem restrições”, reage o gabinete do Ministro Abraão Vicente que sublinha o fato de o próprio relatório “afirmar que o Governo (de Cabo Verde) não restringe ou impede o acesso à internet, não censura os conteúdos online, e não existe nenhum relatório credível onde o Governo monitoriza as comunicações online privadas sem a devida autoridade legal”.

O Governo suportado pelo MpD “estranha”, por isso “o tratamento dado” à notícia pela Agência Lusa, bem como a reprodução da mesma por parte dos demais órgãos de comunicação social, que demonstram “não terem consultado a fonte original da notícia”, ou seja, o relatório do departamento do Estado dos EUA.

Segundo a nota, a abordagem da Lusa e que foi reproduzida pelos demais órgãos nacionais “dá foco ao fato de o relatório ilustrar o grande ativismo da imprensa livre em 2017 a partir do caso envolvendo o ministro Abraão Vicente, tutela da comunicação social e a classe jornalística, mas omite o fato do mesmo relatório dizer expressamente que é este caso que ilustra o fato da mídia independente ter estado ativa e ter expressado uma ampla variedade de opiniões sem restrições. A notícia também omite o fato de se saber que o debate interno foi feito tanto na própria imprensa como no Parlamento Cabo-verdiano”.

Respeitante a esta notícia, OPAÍS socorreu-se da fonte original e a notícia por nós editada no passado sábado, tem a versão tal e qual abordada no relatório original.