Manifestações, Liberdade e Democracia

Ontem, 11 de Janeiro, houve manifestações em vários pontos do país e na diáspora (Portugal, França, Luxemburgo, etc.) em homenagem ao malogrado Luís Giovani.

Exigiu-se Justiça e transparência na investigação.

O direito à manifestação é essencial nos regimes democráticos e o seu exercício deve ser pacífico e sereno, respeitando, como é evidente, a liberdade e a segurança dos outros (vide o art. 53.º da nossa actual Constituição).

Todavia, essa bonita manifestação de solidariedade NÃO DEVE ser instrumentalizada, ou MANIPULADA, em favor de certas ideologias ou interesses de grupos bem identificados, que defendem, de forma patética, “éticas pós-coloniais” ou a ideia surrada de que “A Europa ficou rica e desenvolvida à custa de África”, uma MENTIRA histórica de todo o tamanho e elemento de vitimização, preguiça intelectual e perpetuação do atraso, num jogo de soma nula. A exploração de baixos sentimentos levou-nos, outrora, à ditadura política.

Vamos entrar agora na chamada “semana da República”.

Devemos recordar, sobretudo aos mais jovens, que Cabo Verde nem sempre viveu em LIBERDADE e que épocas houve em que a manifestação e a livre expressão do pensamento eram duramente reprimidas pelos “pais da nação”, como aconteceu, por exemplo, em Santo Antão em 1981. A memória não pode ser curta.

Que este momento sirva então como um TEMPO NOVO, um renascer da Esperança no chão destas ilhas do Atlântico, em que os valores da Liberdade, Democracia, Justiça e respeito escrupuloso pela Constituição serão considerados, definitivamente, a alavanca do progresso e do verdadeiro bem-estar humano. E, claro, respeitados por todos.

QUE A LIBERDADE SEJA VISTA COMO A ÚNICA OPÇÃO DE VIDA E A CHAVE DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL.

Se for assim, estaremos então no caminho certo e poderemos entoar o cântico maravilhoso de Pico della Mirandola, que também era Giovanni, discursando em finais do século XV, em prol da dignidade da pessoa humana: “Vós sois deuses, filhos do mesmo Deus”.

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