Minto, logo existo

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Mentir ou não mentir, eis a questão! A mentira mais comum é aquela com que o Homem se engana a si próprio. Para o ser Humano, é muito mais fácil concluir que os outros estão enganados do que aceitar o seu próprio erro. Encontra-se aqui a semente de muitas depressões.

Com efeito, as pessoas esquecem-se que estamos no Estado de Emergência. Deixemos de politiquice, pois o momento é de união e solidariedade de todos em torno de uma causa – o combate contra o covid-19.

O pior de tudo isto é que alguns pseudopolíticos/grupos bem identificados, continuam a fabricar Fake news sob a forma de anonimato, a criar fantasias nas redes sociais – são pois mitómanos e com objectivos claros! Mas tirem o cavalinho da chuva, porquanto estamos focados no essencial.

Devemos ter pois muita prudência quando lemos, vemos ou ouvimos “notícias” na internet e, se possível, perguntarmos: “Quem as escreveu? Que fontes de informação foram usadas? Ora bem, é fundamental que façamos um esforço em melhorar a nossa literacia digital, sendo capazes de separar o que é verdade das invenções.

Como diz um rifão Castelhano “cada um fala da feira consoante o modo como entrou nela”, pois que nos dias que correm a muitos não lhes interessa para nada a verdade já que cada um fabrica a sua própria verdade, subjectiva, particular, talhada segundo as suas preferências, escolhendo o que mais gosta e recusando o que não lhe apetece, portanto uma verdade por encomenda.

Grandes teóricos do pensamento político moderno desconfiaram da capacidade do entendimento humano para resistir aos encantos de um discurso bem articulado. Como escrevia Thomas Payne com sarcasmo, qualquer pessoa que fale bem é capaz de convencer os outros de que os burros voam.

Portanto, nunca se pense em passar por cima das regras, dos obstáculos individuais, mentindo. O respeito de tais obstáculos é o que define o ser moral; é ele um carácter da civilização cristã, porquanto a verdade demora, mas chega sempre sem avisar.