MpD defende que é preciso fazer “muito mais” para “salvar” o Planeta

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Partido reconhece, no entanto, que não existe um “caminho certo” para a neutralidade carbónica que não envolva a proteção e restauração da natureza em uma escala sem precedentes

Em declaração política, hoje, no Parlamento, com tónica nas mudanças climáticas, o Grupo Parlamentar do MpD defendeu que é preciso fazer “muito mais” para “salvar” o Planeta “nossa casa comum”. O Deputado Luís Carlos Silva observou que as consequências das mudanças climáticas “são já evidentes e bateu à porta de todos” na Aldeia Global “há muito tempo”.

“Não existe um caminho certo para a neutralidade carbónica que não envolva a proteção e restauração da natureza em uma escala sem precedentes”, observou o Deputado, para quem “se levarmos a sério” a necessidade de manter o aquecimento no limite de 1,5 graus, “devemos mudar urgentemente, de atitude e comportamento”, na forma como cuidamos da nossa terra, dos nossos mares e como cultivamos os nossos alimentos. “Isso também é importante se quisermos proteger e restaurar a biodiversidade mundial, da qual depende toda a vida”.

Na sua declaração política em nome do maior Partido Cabo-verdiano, o Deputado deu conta que “nunca, mas nunca, a natureza da natureza (Terra) esteve a precisar da responsabilidade da natureza humana”, mas vincou que Cabo Verde, como pequeno Estado insular, “assumiu, convictamente”, o objetivo da neutralidade carbónica até o final da primeira metade deste Século.

Segundo observou, Cabo Verde é o “primeiro País Africano” a aderir à Aliança para Descarbonização dos Transportes e o Arquipélago tem programado eletrificar, pelo menos, 25% da frota de transportes terrestres até 2030, recorrendo a fontes de energias renováveis e, até 2050, “substituir totalmente” todos os veículos térmicos por veículos elétricos.

“Em 2030 a penetração de energias a partir de fontes renováveis será de 52% em relação à energia convencional”, perspetivou Luís Carlos Silva.

Face ao que considera reflexo das consequências das mudanças climáticas, o Parlamentar considerou que os governos, os privados e os indivíduos “devem se unir para agir de forma enérgica, consistente e articulada” para garantir “um futuro mais limpo e restaurar a saúde” do Planeta. “É tempo de ação, de ação coletiva”, disse, parafraseando o Papa Francisco.

Luís Carlos Silva referiu-se ao COP26 que termina amanhã em Glasgow, evento que segundo constatou, decorre sob o signo da “unidade e da urgência”, uma cimeira que para muitos é a “última oportunidade” para as nações “atualizarem os seus compromissos, fortalecerem as suas ambições e alinharem um robusto plano de ação que efetive o objetivo de manter o aquecimento global no máximo de 1.5 graus”, uma meta que dá “uma certeza: o futuro não será de carbono”.