Nha Balila em Portugal para assinalar Mulher Cabo-verdiana

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Nha Balila vai estar pela primeira vez fora do País a participar nas atividades de março mês da Mulher e do Dia da Mulher Cabo-verdiana

Nha Balila, personalidade lendária da cultura tradicional de Cabo Verde e convidada especial, que estará à conversa com Steve Espírito Santo, abordando o tema do papel tradicional da mulher de origem Cabo-verdiana, durante a apresentação da exposição versando a “Mulher Cabo-verdiana e seus ofícios”, a decorrer no Centro Cultural de Cabo Verde, em Lisboa.

No auge dos seus magníficos 92 anos de idade, Nha Balila, mulher de múltiplas vivências, faz em 2022 a sua primeira viagem ao estrangeiro, sob os cuidados e patrocínio da Associação das Mulheres Cabo-verdianas na Diáspora em Portugal, para participar nas comemorações do Dia da Mulher Cabo-verdiana, assinalado a 27 de março.

A exposição “Mulher Cabo-verdiana e seus ofícios”, da autoria do artista plástico Cabo-verdiano, Steve Espírito Santo, será inaugurada no próximo 25, pelas 18 horas, no Centro Cultural de Cabo Verde, com o apoio da Embaixada de Cabo Verde em Portugal.

Insere-se na programação Março, Mês da Mulher que o CCCV e a Embaixada de Cabo Verde em Portugal organizam anualmente, mais concretamente no âmbito da celebração do Dia da Mulher Cabo-verdiana.

A exposição apresenta uma coleção de 30 esculturas que retratam a mulher Cabo-verdiana na labuta diária, desempenhando inúmeras atividades de cariz familiar, profissional ou lúdica.

As várias facetas da mulher de Cabo Verde são esculpidas em materiais invulgares como a palha de milho, e a fibra de bananeira seca, matérias-primas que a própria natureza oferece ao artista, permitindo-lhe materializar a sua visão da mulher Cabo-verdiana ao longo do tempo.

Através da sua arte, Steve Espírito Santo faz uma projeção dos múltiplos papéis que a mulher tem desempenhado desde tempos que se perdem na memória coletiva.

As figuras retratam atividades diárias, algumas já praticamente caídas em desuso e que fazem parte do imaginário do artista, que sempre foi muito atento ao papel quase subalterno que a mulher sempre desempenhou na Sociedade Cabo-verdiana.

Algumas esculturas são bem representativas das atividades corriqueiras e das observações do artista, como são os casos de “Mudjer ta ratxa lenha ku matxado” (Mulher a partir a lenha com o machado), “Mudjer ta laba marido pé” (Mulher a lavar os pés do marido) e “Mudjer ta cusia na fogon di pedra” (Mulher a cozinhar em fogão de pedra) ou outras em ofícios ainda atuais e intemporais, como por exemplo as esculturas “Mudjer ta da minino banho” (Mulher a dar banho à criança), “Mudjer ta bendi pexi” (Mulher a vender peixe) e “Mudjer rabidante” (mulher vendedeira).

A exposição manter-se-á no CCCV até 31 de maio.



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