O PR mais andarilho da história

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Pouca gente sabia que o José Maria Neves ia viajar hoje. Afinal, viajou sim para a Guiné Equatorial. Disse que foi para uma reunião Extraordinária dos Chefes de Estados e Governos. Disse o José que eles iam discutir “uma ação humanitária, terrorismo e alterações anti-constitucionais do poder”. Tudo bem, que seja proveitosa a reunião.
Só que para se deslocar à Guiné Equatorial, teve de pedir uma boleia de avião ao presidente da Guiné Equatorial, o senhor Teodoro Obiang.

Porém, como tudo na vida, nem tudo pode correr do jeito que o José Maria Neves quer. O presidente da Guiné Equatorial enviou o avião para a boleia do presidente de Cabo Verde, mas ele não assumiu os custos do regresso do avião à Guiné Equatorial, designadamente os custos dos combustíveis do avião.

Assim, o avião veio, mas não podia regressar. Ficou horas na pista sem poder descolar para o voo de regresso. Não havia combustível e o presidente Teodoro Obiang não quis suportar esse custo.

E foi com este embaraço que o gabinete do presidente JMN entrou nesse jogo, sem saber como resolver o inesperado problema. O pessoal de gabinete do José esteve durante horas com olhos fora de lugar, a bater em várias portas, à procura de uma solução.

Os telefonemas não paravam do gabinete do PR. Ninguém tinha uma solução à vista.

Aflitos e sem dinheiro para encher o avião emprestado, depois de muito suor e dores de cabeça, lá veio a ENACOL a socorrer o presidente, colocando o precioso líquido no avião que deu boleia ao nosso presidente! A Enacol colocou o líquido, o avião partiu, mas não viu a cor do dinheiro! Foi fiado!

Finalmente o avião descolou da pista caboverdeana às 9. 10 horas da manhã. E ainda por cima diz o JMN na sua página de Facebook “Passei por Banjul, para tomar o Presidente de Gâmbia, com quem viajei até Malabo” (Guiné Equatorial).

A parte jacosa desta curta novela e que ninguém pergunta é quanto custou aos cofres de Estado essa boleia? Nada mais nada menos de que 8 mil contos!

No meio da pandemia, das secas e das crises da guerra da Ucrânia, da tão demagógica e invocada “pobreza extrema”, um gasto de 8 mil contos para uma boleia de avião é obra, senhor presidente! Afinal, não é o senhor e seu partido que andam a apontar o dedo ao governo, chamando-o de “esbanjador” e que também diz que a dívida pública está mais alto do que o vulcão do Fogo?

Mas quem pensa que a novela do José vai parar por aqui está cololo! As viagens do José não param. Já com as pernas bem esticadas na Guiné Equatorial, o José Maria Neves diz que esteve em conversa com o Umaro Sissoco da Guiné-Bissau e que ele lhe convidou a visitar o seu país. Disse que aceitou logo e que a viagem vai ser “tão cedo quanto possível”.

Mais uma viagem no papo! É uma roda-viva a girar sempre!



6 COMENTÁRIOS

  1. O Maika só se esqueceu de um dos mantras do JMN, desde os tempos em que governou o país: “que falem de mim… mesmo que seja pelos piores motivos, mas por favor não deixem de falar sempre”. JM é o tipo que não tem compromisso nenhum, nem com a ética, nem com a moral pública e muito menos com a verdade. É um ator teatral que foi contratado para representar o papelão de presidente da república.

  2. O joenal Asemana em cujas paginas JMN todos os dias é manchete, não fala desta viagem de 8.000 contos no avião do ditador da Guiné Equatorial

  3. O jornal Asemana em cujas paginas JMN todos os dias é manchete, não fala desta viagem de 8.000 contos, no avião do ditador da Guiné Equatorial.

  4. Pelo menos uma coisa ganhamos com isso. Os Paicvistas que passavam a vida a comentar nos jornais e o ZONA viajava muito “desapareceram” …

  5. Francisco Carvalho, tem, segundo o https://www.opais.cv as suas viagens “oficiais” e da esposa ao estrangeiro pagas por lobistas nigerianos com interesses nos negócios da CMP e, seu patrão e fiador político JMN, viaja no avião do ditador da Guiné Equatorial e manda conta para os pagadores de impostos. No caso do Francisco Carvalho o caso cria um constrangimento ainda maior: leva a mulher ao estrangeiro às custas de terceiros. Ao menos, por algum tempo, esses dois marmanjos vão meter a viola no saco e não falam nem da ética, nem da moral, nem dos gastos públicos. JM já tinha feito uma excursão turística à Luanda com mais de dezenas de pessoas, para tratar daquilo que UCS, JCF e Carlos Santos já tinham acabado de tratar.

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