Papa repete no Sínodo apelo a Igreja aberta a “todos, todos, todos” 

Papa Francisco repetiu esta quarta-feira, 4, na abertura do Sínodo dos Bispos Católicos, a mensagem das Jornadas Mundiais da Juventude de Lisboa, dizendo que a Igreja Católica deve ser um lugar de acolhimento para “todos, todos, todos”

Na Missa solene na Praça de São Pedro, que assinalou o início da reunião magna dos Bispos, o Pontífice disse que a Igreja deve evitar “cair em algumas tentações perigosas, como a de ser rígida, uma alfândega, que se encolhe contra o mundo e olha para o passado; a de ser uma Igreja morna, que se rende às modas do mundo; a de ser uma Igreja cansada, fechada em si mesma”.

Na homilia, Francisco disse que essas ideias “preconcebidas” não têm lugar na reunião magna da Igreja, onde “todos, todos, todos” devem ser acolhidos.

“Jesus também nos convida a ser uma Igreja que acolhe” e “não de portas fechadas” porque, “numa época complexa como a atual, surgem novos desafios culturais e pastorais, que exigem uma atitude interior cordial e amiga, para poder enfrentá-los sem medo”, considerou o Papa, dando exemplos: “Vem, tu que te perdeste ou que te sentes alienado; vem, tu que fechaste a porta à esperança, a Igreja está aqui para ti. A Igreja com a porta aberta a todos, a todos, a todos”, acrescentou o Papa.

Para o Papa, o Sínodo serve para recordar que a Igreja “está sempre a precisar de purificação, de ser reparada”, porque reúne “um Povo de pecadores perdoados, sempre a precisar de voltar à fonte, que é Jesus”.

E perante “os receios” que surgiram antes do Sínodo, Francisco quis recordar que o encontro “não é uma reunião política, mas uma convocação no Espírito; não é um parlamento polarizado, mas um lugar de graça e de comunhão”.

“A principal tarefa do Sínodo” deve ser “voltar a colocar Deus no centro do nosso olhar, ser uma Igreja que vê a humanidade com misericórdia”, disse, defendendo uma estrutura “que tem Deus no centro e que, por isso, não cria divisões no interior, nem é dura no exterior”.

A reunião de três semanas à porta fechada que hoje tem início conta com a presença de Bispos de todo o mundo. De Cabo Verde está Dom Ildo Fortes, Bispo de Mindelo.