Portugal e Cabo Verde querem combate ao racismo “todos os dias” com serenidade e inteligência

0

Os chefes de Estado de Portugal e Cabo Verde defenderam, ontem, sábado, na Capital Portuguesa, que o racismo deve ser combatido “todos os dias” com determinação, inteligência e serenidade, evitando “escaladas e reações contraproducentes”

As posições de Portugal e Cabo Verde surgiram no quadro das celebrações dos 50 anos da fundação da Associação Cabo-verdiana de Lisboa, assinalada com uma conferência, na Casa do Alentejo, em Lisboa, e que contou com as ilustres presenças dos Presidentes de Portugal e Cabo Verde.

Marcelo Rebelo de Sousa que discursou ao lado de Jorge Carlos Fonseca, defendeu que o combate pelo respeito do outro, da diferença, pela integração, pela inclusão, pela fraternidade “é um combate de todos os dias” e tem de se fazer “todos os dias na vida social porque é um combate cultural e cívico.

MRS vai mais longe e sugere que este combate tem de se fazer com “bom senso, com serenidade e evitando escaladas e certo tipo de reações que são contraproducentes”, vincou.

O Presidente defendeu, ainda, um combate “pela positiva” a manifestações racistas e discriminatórias, e assumiu que “o nosso papel é fazer pedagogia positiva, do respeito das constituições, dos mesmos valores da democracia, do Estado de direito, da igualdade, da fraternidade, da não discriminação e da não intolerância”.

Jorge Carlos Fonseca, por sua vez, alertou na sua intervenção para o agudizar das “dificuldades de inserção social” dos Cabo-verdianos, sobretudo os mais jovens, em Portugal, indicando como expressões dessas dificuldades “o desemprego, o aumento do número de descendentes de Cabo-verdianos nos estabelecimentos prisionais, o insucesso e o abandono escolar e uma certa conflitualidade emergente” com as autoridades locais.

O Presidente apontou também para a “existência de manifestações de racismo e intolerância”, situações que segundo JCF “resultam de uma multiplicidade de fatores” e que são protagonizadas por setores minoritários, que a seu ver “devem ser combatidas”, com determinação, muita inteligência, serenidade e em articulação estreita com as numerosas organizações Portuguesas que se “posicionam claramente contra elas”.

Com Agência Lusa