Portuguesa capturada em Cabo Verde deverá ser extraditada brevemente

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Fernanda Baltazar tinha assassinado o namorado com gelo seco, em Portugal, e fugido para Cabo Verde. Foi detida em setembro do ano passado, na Cidade da Praia. Tem conseguido escapar à extradição para Portugal, através de vários recursos, mas parece que desta vez as hipóteses de sucessos são muito remotas

Este é mais um capítulo da série da cidadã Portuguesa condenada por ter matado o namorado e que fugiu para Cabo Verde.

Fernanda Baltazar, que tinha sido detida, na Cidade da Praia, há meio ano, está detida desde então na Cadeia de São Martinho. As autoridades Portuguesas têm tentado a sua extradição para Portugal, mas a detida tem conseguido, através de vários recursos, escapar a essa extradição.

O último recurso apresentado foi ao Supremo Tribunal de Justiça, mas acabou a perder, e agora só resta o Tribunal Constitucional, que ao que tudo indica irá recusar o seu recurso, pelo que a sua extradição poderá estar para breve.

A portuguesa agora com 43 anos, poderá enfrentar uma pena pesada, além dos 17 anos que fora condenada, pelo crime cometido em 2016.

Detalhes do caso ocorrido em 2016

Segundo a imprensa Portuguesa, Fernanda Baltazar, na altura com 36 anos, contou no Tribunal, que matou o noivo Hugo Oliveira, de 25 anos, mas disse que o fez porque ele lhe pediu. Revelou um pacto de morte, do qual ela desistiu à última da hora, deixando que apenas o companheiro consumasse a decisão.

Segundo notou, foi Hugo quem escolheu a forma de morrer. Usaram gelo seco e água, para que fosse libertada uma nuvem espessa de monóxido de carbono. Fernanda contou ainda que a sua relação com Hugo foi marcada por contactos com o além e pela busca de uma forma de morrer que não deixasse ninguém indiferente.

O crime aconteceu a 23 de dezembro de 2016 – a dois dias do Natal –  na casa onde residiam no Parque das Nações, em Lisboa.

Recorde-se que o Tribunal a condenou, em 2018 a 17 anos de prisão por homicídio qualificado e a quatro anos e meio por um crime de incêndio. É que ficou provado que depois do namorado ter tomado comprimidos para dormir, Fernanda, que era docente, espalhou 35 quilos de gelo seco no quarto, molhou-o com água e depois ateou fogo a dois locais distintos da cama.

O coletivo de juízes considerou provado que apesar de ter ouvido os gemidos de Hugo a tentar levantar-se da cama para fugir, Fernanda nada fez para o ajudar. Pegou na mochila, com dinheiro do noivo, colocou uma peruca e fugiu apanhando um táxi para a sua casa em Vila Nova de Gaia, onde viria a ser detida pela primeira vez.

Depois de condenada passou pouco tempo na cadeia porque, em 2019, por ter havido um erro pouco significativo no acórdão condenatório de primeira instância, o Supremo Tribunal mandou libertá-la, tendo depois, em 2021, reconfirmado a condenação da professora a pena de 17 anos de prisão. Só que nessa altura Fernanda Baltasar já estava bem longe, em fuga “em parte incerta”, tendo sido emitido um mandato de detenção internacional para a sua captura.

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