Visita propriamente dito decorre na segunda e terça da próxima semana. PR viaja no domingo, liderando uma extensa delegação que integra igualmente representantes do setor empresarial
A Presidência da República já detalhou o programa da primeira visita de Estado do Presidente José Maria Neves à Angola, com início no domingo, 9. O PR visita Angola entre segunda e terça, dias 10 e 11.
O primeiro ponto da agenda acontece na segunda-feira, 10, com uma visita ao Memorial Dr. António Agostinho Neto, na Praça da República, em Luanda, seguida, às 11h00, com uma visita ao Palácio Presidencial e encontro entre os chefes de Estado de Cabo Verde e Angola. Posto isto, segue a apresentação de cumprimentos de boas-vindas pelo anfitrião, João Lourenço, Honras Militares, Sessão de Abertura das Conversações Oficiais com discursos de João Lourenço e JMN, para depois, às 16h00 ocorrer uma Sessão Plenária Extraordinária da Assembleia Nacional.
Na terça-feira, 11, pelas 11h00, o PR visita o Campus Universitário Dr. António Agostinho Neto, às 11h30 visita a Escola Nacional da Administração e Políticas Pública e às 16h00 haverá um encontro do PR JMN com a comunidade Cabo-verdiana.
Para além da Ministra de Estado, da Defesa Nacional e Ministra da Coesão Territorial, Janine Lélis, que acompanha o PR, integra a referida delegação a Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Myriam Vieira; a esposa do PR, Débora Katisa Carvalho; os Deputados da Nação Orlando Dias e João Baptista Pereira; o Secretário Geral da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Barlavento, Gil Costa; o Administrador da FRESCOMAR e representante da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sotavento, Manuel Monteiro; Bety Fernandes, Bailarina do grupo Raíz di Polon em representação dos agentes culturais e Maria Luzia Xivel, Angolana residente em Cabo Verde como membro da Sociedade civil.
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É das coisas mais desconcertantes, a faustosa viagem que o PR de Cabo Verde escolheu para iniciar o crítico e desafiante ano de 2022. Viagem completamente inócua, vazia, despida de qualquer sentido de Estado. Nenhuma agenda económica e política está prevista. Tudo quanto foi anunciado é parte da vaidade pessoal do JMN que se faz acompanhar de dois dos maiores defensores da contenção das despesas públicas. JMN decidiu, praticamente, começar o ano de 2022 em Luanda a nadar no dinheiro público. São eles: o vice-presidente do paicv João Baptista Pereira e o deputado do MpD Orlando Dias. Orlando deveria, em coerência com as suas afirmações, exigir a inclusão na delegação presidencial, não do vice-presidente do paicv, mas do seu colega, o deputado do paicv por África. Mas não, Orlando permite que o vice-presidente do paicv use verbas públicas para o trabalho partidário do seu partido em Luanda. De modo igual, os dois são omissos quanto ao dinheiro público que é usado para bancar as despesas de um angolano, próximo do paicv residente em Cabo Verde. Por fim, a Casa Civil não informa, mas é desejável que JMN e comitiva utilizassem parte deste dinheiro nalgum trecho da viagem com a nossa CVA.
Se o programa de visita do PR de Cabo Verde a Luanda é essa descrita no texto noticioso, pode-se concluir, sem sombra de dúvidas, que se trata de uma visita completamente inútil e que podia, perfeitamente, ser evitada, especialmente num período de pandemia e de grande aperto orçamental que Cabo Verde vive. Mas isto é uma das muitas incoerências que o Chefe de Estado vai brindar ao país ao longo do seu mandato. Ele consegue, de discurso em discurso, de fala mansa em fala mansa, fazer dormir muitos “bois” ingénuos, mas aqueles que o conhecem bem por dentro sabem que essa visita a Luanda, que não vai trazer absolutamente nada de novo a Cabo Verde, reflete apenas a sua obsessão pela grandeza e glória, contrastando com a sua aparente humildade e honestidade política.
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