Quo Vadis? Ser ou Não Ser Jornalista, That is the question:

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Precisamos de um amplo debate público em Cabo Verde, em torno do papel do jornalista, mas preferencialmente na Televisão Pública (TCV) e eventualmente estaria disponível caso fosse convidado. Convém dizer muito claramente, em jeito de atalho de foice, que nenhuma classe profissional está acima da lei e nem é intocável. Todas as classes profissionais devem estar sob o escrutínio público no Estado-de-Direito democrático.

Ora bem, uma coisa é desempenhar o papel de jornalista e outra coisa bem diferente, é ser jornalista. Verdade seja dita, temos em Cabo Verde, alguns jornalistas que são bons profissionais e com provas dadas e, outros tantos, que deixam muito a desejar! Não podemos estar a toda a hora a desmentir ou a corrigir, reiteradamente, o mesmo “jornal” e o mesmo “jornalista”, diria mesmo, useiro e vezeiro nesta prática.

Com efeito, um jornalista que se preze tem que pelo menos conhecer Jurgen Habermas, Ludwig Wittgenstein, Hannah Arendt, entre outros filósofos, para compreender o real significado do espaço público bem como as suas regras. Dito doutra forma, antes de divulgar uma notícia bombástica cujo propósito é denegrir a imagem de uma pessoa, o seu carácter, o seu bom nome, tem de ouvir a parte contrária, para que ele possa exercer o contraditório. Isto é básico e elementar!

Tudo isto vem a propósito de uma notícia publicada num “jornal” da Praça, tentando atingir a minha honra e consideração, invocando inclusive o nome da minha mãe, uma pessoa idónea e muito respeitada na localidade, mas não terão sucesso! A minha mãe não precisa de nada, nunca vendeu um trato de terreno e nem tão-pouco registou nada que fosse em seu nome. Aproveito para desafiar os detratores a provarem o contrário. Tirem o cavalinho da chuva! Sou uma pessoa impoluta, que pauta pelos valores cristãos e estou absolutamente seguro e tranquilo em como não cometi nenhum crime no exercício da função de Presidente e QUEM NÃO DEVE, NÃO TEME. Estou cá de CARNE E OSSO e, seguindo as pisadas de Jacques Derrida, para desconstruir esta cabala montada na instância própria, para o desespero de um grupinho bem identificado!

Acredito piamente no nosso Estado-de-Direito e, como tal, há uma linha vermelha inultrapassável que um jornalista digno do nome tem de saber: Não existem direitos absolutos. O direito à livre expressão tem os seus limites. A liberdade de expressão é, pois, limitada pela lei e é um conceito ético fundamental. Quem desconhecer este princípio, não está talhado para exercer esta nobre profissão.

Dizer que não compareci ao julgamento insinuando que eu teria fugido do país, é de uma irresponsabilidade inqualificável, ainda por cima por um crime que não cometi. Já agora, em jeito de informação, cumpre-me afirmar categoricamente que não fui notificado para comparecer ao Tribunal.

Em veste de síntese, posso informar os incautos que o Tribunal foi a minha primeira casa e gosto de lá ir e com todo o prazer, pois faz-me reviver os bons tempos ali passados.

Finalizando, eu amo o meu país seja em que circunstância for e socraticamente falando, nunca fugiria para lado algum! Quanto ao resto, falaremos na instância judicial.



1 COMENTÁRIO

  1. Apoiado. Mete nojo quando em nome da liberdade de imprensa , certas pessoas, impunemente, lançam machas, que as vezes, nunca mais saem sobre o nome de pessoas inocentes. Temos de fazer uma frente ampla para denunciar estes falsos jornalistas que passam o tempo inteiro a confundir difamação e insultos com liberdade de expressão.

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