Governo investiu cerca de 2,3 milhões de contos para fazer face à seca

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Ulisses Correia e Silva assegurou, esta manhã, no Parlamento, que cerca de 2,3 milhões de contos foram canalizados, pelo seu Governo, para medidas que mitigaram efeitos negativos de 3 anos se seca severa

Na sua intervenção no início do debate sobre o Estado da Nação, que decorre esta sexta-feira, na Assembleia Nacional, o Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva assegurou que cerca de 2,3 milhões de contos foram canalizados para enfrentar os efeitos negativos da seca dos últimos 3 anos.

Os resultados são visíveis, vão desde a manutenção e valorização do efetivo pecuário através do reforço do sistema alimentar do gado com a bonificação de mais 12 mil toneladas de ração, da assistência técnica e medicamentosa e da disponibilização de água, à mobilização de mais água e gestão da sua escassez.

O Governo realizou investimentos em perfurações, reabilitação e equipamento de furos, poços, captações, galerias e em redes de adução e de distribuição de água, o que permitiu, no dizer do PM, “aumentar” a mobilização da água destinada à rega que passou de 4 milhões de metros cúbicos em 2016, para 5 milhões de metros cúbicos, em 2019.

Estes mesmos investimentos permitiram manter a maior parte do regadio operacional, o fornecimento e a estabilização dos preços dos produtos agrícolas no mercado, elucidou o PM, assegurando que foram criados 38 mil postos temporários de trabalho, 50% ocupados por mulheres.

“Para responder à emergência hídrica provocada pela crise aguda de falta de água, estão em curso investimentos superiores a um milhão de contos em instalação de dessalinizadoras nas Ilhas de Santiago, Boa Vista, Maio e Brava”, recordou o Chefe do Governo.

Mesmo em tempos de crise, acentuou UCS, investimentos foram feitos em medidas conducentes à modernização do setor agrário, com destaque para a promoção da rega gota-à-gota.

“Até 2015 atingiu uma taxa de utilização de cerca de 27%. Atualmente, ultrapassa os 40%, com impacto no aumento da eficiência e da resiliência do setor agrícola”, disse, assegurando que o Governo vai “massificar” o uso da rega gota-à-gota. “Por isso reforçamos a extensão rural, isentamos o IVA e os impostos e taxas aduaneiros na importação e comercialização dos materiais para a implementação dessa tecnologia de irrigação”, adicionou.

Houve também reforço do nexo Energia-Água para a redução dos custos de exploração, e hoje, Cabo Verde conta com cerca de 114 sistemas fotovoltaicos instalados associados à mobilização e distribuição da água. São investimentos com um impacto “bastante positivo” na redução dos custos de produção no setor agrário e na sustentabilidade ambiental, disse UCS, que assegura que em 2026, “teremos todos” os furos e estações de bombagem a funcionarem com energia solar.

O Governo vai continuar a investir, desta feita na diversificação das formas de mobilização da água para a agricultura, através da dessalinização das águas salobras e reutilização segura das águas residuais. Neste sentido, reiterou que 35 milhões de Euros vão ser alocados a novos investimentos, na primeira fase. A par disso, o Executivo vai avançar com a disponibilização de terras e criação de novos perímetros agrícolas irrigados destinados a famílias, sobretudo mulheres, associada à formação, assistência técnica, disponibilização de sistemas modernos de irrigação e uso de energia fotovoltaica na bombagem e distribuição da água.

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