Rescaldo Congresso PAICV. JHA faz tábua rasa à Lei da Paridade

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Presidente reeleita do PAICV que fez da Lei da Paridade um trunfo, afinal não cumpriu com a sua própria palavra, na composição dos novos órgãos eleitos

O XVI Congresso do PAICV, realizado no último fim-de-semana, na Cidade da Praia, e que tinha como objetivo, a consagração da Presidente eleita, com 98% dos votos, de um número reduzido de militantes, e a eleição dos outros órgãos do PAICV, nomeadamente, o Conselho Nacional, a Comissão Política Nacional, os vice Presidentes, o Secretariado Nacional e a Comissão Permanente, afinal não cumpriu com o que a própria Janira Hopffer Almada, havia prometido, no que se refere à paridade.

Contra todas as previsões, JHA fez aprovar novos órgãos, mas em apenas um, entre seis, é que se cumpriu a Lei da Paridade, que o próprio PAICV incorporou nos seus Estatutos, revisto no fim-de-semana.

A Lei da Paridade, dizem fontes do Partido, “é, na prática, letra morta” para JHA e seus correligionários. “De todos os órgãos que saíram do XVI Congresso, exceto a Comissão de Jurisdição e Fiscalização Nacional, nenhum outro cumpre a Lei de Paridade”, comenta uma fonte, fazendo saber que o Congresso elegeu 50 membros para o Conselho Nacional, sendo 18 mulheres, e não 20, e restantes homens. Portanto, não se cumpriu os 40% definidos pela Lei da Paridade, violando o artigo 44.º dos Estatutos do PAICV e o artigo 4.º da Lei de Paridade.

O Conselho Nacional elegeu, por sufrágio secreto e sob a proposta da Presidente do PAICV, 3 vice Presidentes, e todos são homens não constando nenhuma mulher entre os vices na nova direção do Partido. A fonte fala em “inverdade e ilegalidade” de JHA.

Quanto à Comissão Política Nacional, integrada por 20 membros, apenas 6 são mulheres e restantes 14 homens. Para se atingir os 40% de Paridade era necessário um mínimo de 8 membros do sexo feminino. “Outra inverdade e ilegalidade” de JHA, precisa a fonte.

Outra inverdade está na Comissão Permanente, composto por 8 membros, incluindo o Secretário Geral, onde estão 6 membros que são do sexo masculino e 2 do sexo feminino. Para se atingir a paridade, era necessário ter, no mínimo, 3 membros do sexo feminino.

O Secretariado Nacional, por sua vez, é composto por 11 membros, incluindo o Secretário Geral. Há aqui 3 membros do sexo feminino e 8 membros do sexo masculino. Para se cumprir a Lei de Paridade e a veracidade dos discursos da JHA, teria que ter, no mínimo, 4 membros do sexo feminino.

A Lei da Paridade é cumprida apenas na Comissão Nacional de Jurisdição e Fiscalização, em que os sexos aparecem em situação de igualdade. Face ao exposto, diz a fonte de OPAÍS.cv, concluiu-se que “todo o discurso” de JHA sobre a Lei da Paridade e o seu cumprimento “não corresponde à verdade” e que os militantes e delegados ao Congresso “foram mais uma vez enganados” pela sua própria Presidente.



4 COMENTÁRIOS

  1. Não cumpriu a Lei da paridade numérica, porém, cumpriu em termos linguísticos. A partir de agora, os militantes do Paicv são obrigados a chamar JHA de “presidenta”, no lugar de Presidente. KKKKKK

  2. Nada de novo neste quesito. A Janira está sendo autêntica, isto é, falsa ! Quem a conhece de verdade sabe que ela vive de falsidades, manipulações e plágios . Neste Congresso imitou o sarcástico e misógino Bolsonaro, conhecido líder político da extrema direita brasileira, que tudo indica, passou a ser sua referência . Uma grande vergonha para alguém que se diz de esquerda moderna e que lidera um Partido, membro da Internacional Socialista.
    Manipular o sentimento religioso cabo-verdiano para mascarar a completa ausência de propostas políticas minimamente credíveis e discurtinaveis pode não lhe ajudar neste ciclo eleitoral que se avizinha . Um Congresso pobre donde saíram órgãos integrados por caciques e milicianos ! Uma tristeza !

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