Situação da Covid-19 está “descontrolada” em Lisboa

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Quem o diz é Diretor de infeciologia do Hospital Curry Cabral, que considera que o aumento do número de casos pode ser revertido com as medidas adequadas e com comportamentos mais responsáveis por parte das pessoas

A situação da pandemia do novo coronavírus em Portugal, e mais concretamente em Lisboa, está “descontrolada”. O desconfinamento poderia ter sido feito de forma mais lenta e controlada para conter o aumento de casos de Covid-19 em Portugal, que era previsível nesta fase, defende o Diretor de infeciologia do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, em entrevista reproduzida pela Rádio Renascença.

A posição de Fernando Maltez surge numa altura em que Cabo Verde decide adiar, para agosto, a retoma dos voos internacionais, precisamente devido ao agravar da pandemia na Europa e em Portugal, um dos destinos mais próximos do Arquipélago.

“O desconfinamento poderia ter sido feito de uma forma um bocadinho mais lenta”, reconhece o especialista, observando que não se devia ter “desacelerado” nas medidas de restrição de uma forma “tão rápida.”

Um desconfinamento “mais gradual”, diz o médico, teria evitado uma subida dos números, mas conforme sublinha, “embora descontrolada, não é dramática” a referida situação na Capital Portuguesa, podendo “perfeitamente reverter” com dois ou três passos atrás nas medidas de não restrição que tinham sido implementadas”, sugeriu.

Fernando Maltez considera que há vários fatores a contribuir para o aumento do número de casos na Grande Lisboa, desde logo, “alguma saturação das pessoas em relação ao confinamento, não só do ponto de vista do distanciamento social, mas também provocada pelas repercussões económicas e sociais, pela perda de empregos, pela necessidade de trabalhar para ganhar dinheiro”.

No Hospital Curry Cabral, os internamentos por Covid-19 têm aumentado proporcionalmente ao aumento de casos na região de Lisboa e Vale do Tejo, afirma Fernando Maltez.

O especialista identifica “comportamentos errados e irresponsáveis” de determinadas partes da população”, nomeadamente entre os jovens que têm protagonizado vários casos de ajuntamentos.



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