As inundações provocadas pela tempestade tropical Ana já fizeram dez mortos em Moçambique, à medida que a depressão avança para o interior
Seis óbitos foram reportados durante a tarde de ontem, com a subida de caudal dos rios nos distritos de Macanga e Tsangano, anunciou o governador da província de Tete, Domingos Viola, num balanço provisório.
Outras duas pessoas morreram arrastadas pela corrente do rio Licungo na segunda-feira, em Mocuba, Zambézia, e mais dois óbitos foram também ontem notificados pelo Instituto Nacional de Gestão de Desastres a partir da província de Manica, um dos quais devido ao desabamento da parede de uma habitação.
Na província de Tete, a subida de caudal do rio Revubué destruiu hoje uma ponte, várias casas e outras infra-estruturas.
Algumas viaturas da comitiva do governador de Tete, com os ocupantes a salvo, foram também arrastadas pela corrente enquanto decorria uma visita ao terreno, durante a passagem da tempestade.
“Temos três pessoas sobre as árvores e estamos à espera de uma embarcação” para prestar socorro, disse Domingos Viola, citado pelo portal informativo O País.
O forte caudal está a afetar milhares de residentes em zonas ribeirinhas, acrescentou.
Moçambique enfrenta a época ciclónica sazonal e a tempestade tropical Ana – que, entretanto, perdeu força e se transformou numa depressão – foi a primeira a atingir o País.
Apesar de avançar em direcção ao Zimbabué, está prevista para os próximos dias a continuação de chuva intensa, capaz de provocar inundações repentinas e deslizamento de terras no norte de centro de Moçambique.
A passagem da tempestade em Madagáscar causou a morte a 39 pessoas e cerca de 65.000 ficaram sem casa, desde o final da semana passada, segundo as autoridades locais, enquanto no Malaui pelo menos quatro pessoas morreram.