Empresário e maior acionista privado da companhia de Bandeira admite que a decisão do Governo, em reverter os 51% de ações “cedidas” à Lofleidir Icelandic, parece ser a “única saída”, pelo que diz apoiar “sem reservas” esta decisão
O empresário Cabo-verdiano e maior acionista privado nacional da TACV/CVA está do lado do Governo, na decisão de reverter o quadro de privatização ao grupo Islandês Lofleidir Icelandic. Victor Fidalgo que é o maior contribuidor financeiro para o encaixe direto que o Estado de Cabo Verde tem feito até ao momento no processo de privatização da empresa, entende que o Primeiro-Ministro esteve “muito bem” quando declarou a reversão do quadro, estabelecido em março de 2019.
Dizendo acompanhar “de perto, todas as diligências feitas” pelo Governo, em nome do Estado de Cabo Verde, no sentido de chegar a um “entendimento aceitável” com a Lofleidir Icelandic, que possa “refletir os interesses de todos os acionistas, assim como os interesses estratégicos de Cabo Verde, em matéria de conectividade internacional, o empresário lamenta, no entanto, que não se tenha encontrado a mesma boa fé do lado dos Islandeses que a seu ver têm tentado “subverter” os entendimentos em seu “exclusivo interesse”.
“Infelizmente, cada cedência por parte do Estado de Cabo Verde que tem agido sempre de boa-fé, visando acomodar os interesses de todas as partes, tem sido mal interpretada ao mesmo tempo que suscita uma tentação do acionista Icelandair/Loftleidir que tem procurado sempre subverter os entendimentos no seu exclusivo interesse”, pronunciou, numa declaração ao País.
No entender de Fidalgo, as partes “não estão sequer com objetivos partilhados, mas sim divergentes e quiçá, incompatíveis”, pelo que a decisão do Governo em reverter os 51% de ações na posse da Icelandair/Loftleidir “parece ser a única saída”.
“Como maior acionista privado nacional, apoio sem reservas a decisão do Governo, tomada em nome do Estado de Cabo Verde”, expressou.
Recorda-se que no domingo, em entrevista à TCV, e retomada pelo OPAÍS.cv, o PM adiantou que o Estado vai assumir “na totalidade” a gestão da Cabo Verde Airlines.
