Não há razões para greves anunciadas por sindicatos filiados na UNTC-CS

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Todos os dados demonstram não só uma inversão de tendência, bem como uma melhoria evidente nos salários e rendimentos

Todos os dados apontam para um crescimento notório da economia nacional, sobretudo após uma longa estagnação económica que vigorou no País, até o fim-início da legislatura anterior. Os números do crescimento económico situam-se nos 5%, mas com previsão de continuar a crescer nos 5,8%, no decurso do ano económico de 2020.  “O desemprego, apesar de ainda alto, particularmente na juventude, tem vindo a reduzir, enquanto que o emprego regista uma tendência positiva, no 3.º trimestre de 2019”, indica uma fonte, citando recentes dados do Instituto Nacional de Estatísticas, INE.

A mesma fonte observa que a taxa de desemprego continua a reduzir, não obstante os 3 anos de seca severa, com impacto acentuado na quebra da produção agrícola, sendo que o peso da agricultura no PIB caiu de 8,4%, em 2016 para 3,8%, em 2018, e na perda de 13.713 empregos na agricultura e pecuária. “Em 2018, a remuneração média na Administração Pública aumentou 5%, muito acima da inflação acumulada nos últimos três anos. O crescimento da massa salarial em 2020 será de 3,9% em relação ao 2019, o que significa que os rendimentos continuam a aumentar em 2020”, anotou a fonte que vimos citando.

Um especialista em economia, abordado pelo OPAÍS.cv observa que o salário médio mensal dos trabalhadores da Função Pública aumentou de 54.930$00, em 2016, para 59.296$00, no ano de 2018, e o salário médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem também registou melhorias, passando dos 47.588$00 para 48.335$00, entre 2016 e 2018. O impacto plurianual da implementação do PCCS de várias carreiras de quadro privativo na Administração Pública e a regularização de pendentes relacionados com promoções, progressões, reclassificações e subsídios beneficiando classes profissionais como professores, enfermeiros, médicos, polícia nacional judiciária, oficiais de justiça, Forças Armadas, diplomatas e contratados locais nas embaixadas, cozinheiras do FICASE, técnicos de finanças, quadros do ICCA e da Comissão Nacional para os Direitos Humanos e a Cidadania, de entre outros é de 2.500.000$00, refere o especialista, para quem “mais de 95% dos 2,5 milhões de contos” impactam as despesas do Estado até 2021, a massa salarial da Administração Pública e as remunerações mensais.

“Para além da atualização salarial de 2,2%, em 2019, acima da inflação acumulada, o salário mínimo nacional foi aumentado de 11 mil para 13 mil Escudos e as pensões mais baixas do regime contributivo registaram aumentos superiores à atualização salarial e as pensões do regime não contributivo tiveram um aumento de 20%, acompanhado do aumento do número de beneficiários”, enfatiza a mesma fonte, observando, igualmente, que a percentagem de população empregada coberta pela Segurança Social aumentou de 39,8%, em 2016, para 54,3% em 2019, assim como se registou um aumento da taxa de cobertura da população com proteção social. “Estes dados demonstram não só uma inversão de tendência, como uma melhoria evidente nos salários e nos rendimentos”, assinalou.

O crescimento económico robusto, a boa dinâmica do investimento privado em crescendo, os elevados investimentos na qualificação dos jovens através de formação, reconversão e estágios profissionais e a aposta no empreendedorismo jovem, “estão a ter, e vão continuar a ter, impactos positivos no emprego e nos rendimentos”, admitiu.

Face a estes números, o nosso interlocutor perspetiva que as razões anunciadas por alguns sindicatos filiados na UNTC-CS, para uma manifestação em janeiro, podem ter outras motivações, e descarta que não pode ser sob o pretexto da degradação da situação laboral.

Refira-se que o vice PM advertiu ontem, no quadro da reunião do Conselho de Concertação Social, que se deva olhar para a questão das atualizações salariais “com a responsabilidade necessária”.

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