O paicv sempre contrário às mudanças

Há quem queira colocar o País em stress porque há hoje mais facilidades para a mobilidade.

Dramatizam o facto de jovens formados optarem por trabalhar no exterior, nomeadamente, em Portugal. A dramatização é tal que se classifica este fenómeno como o mais grave desde a independência de Cabo Verde. E falam de quadros altamente qualificados que estão a emigrar sem apontar números. Quantos são?

Quando estavam no Governo, apontavam o acordo de facilitação de vistos com a União Europeia (EU) como um acontecimento histórico e anunciaram o advento da livre circulação para a UE. Todos os cabo-verdianos poderiam viajar livremente para países da União Europeia!

Hoje, vêm a procura de jovens formados para uma oportunidade no exterior como uma catástrofe. E amplificam o efeito.

Contraditoriamente, criticam a morosidade na atribuição de vistos pelo Centro Comum de Vistos.

Mas são os mesmos que haviam anunciado uma catástrofe quando, na década de 90, se optou pela liberalização da economia. Diziam que as divisas do país iriam desaparecer. Aconteceu o contrário, com a abolição das regras administrativas restritivas do comércio e das operações cambiais.

É curioso como o PAICV se coloca sempre do lado conservador e contrário às mudanças, até que a realidade o obrigue a adaptar-se. Foi assim com a democracia, a liberalização económica, financeira e cambial, as privatizações…

Este Governo do MpD é o que mais tem investido nos jovens, em formação profissional, empreendedorismo e políticas ativas de emprego. Queremos, criamos condições para que fiquem e tenham oportunidades no país.

No entanto, queremos jovens livres, descomplexados, integrados no mundo, o mesmo que queremos para o País: livre, aberto e integrado no mundo.

Há, sim, jovens formados que estão a sair do país para procurar melhores oportunidades. Mas há muito mais jovens que querem ficar, continuar a apostar em si próprios, constituir família, encontrar um emprego, criar uma empresa e emprego para os outros.

Há uma coisa que nós, do MpD, somos absolutamente contra: limitar a liberdade dos jovens e fazê-los marchar ao som de cantigas em louvor à pátria como se fazia no tempo da JAAC-CV. Em países livres e democráticos, isso não deve acontecer.

Uns saem, muitos ficam, outros entram e regressam. O país não vai deixar de avançar.