PM defende diplomacia inteligente, audaz e capaz de responder aos desafios

Ulisses Correia e Silva falava durante o encerramento da primeira Conferência Anual sobre Política Externa, na Cidade da Praia

O Primeiro-Ministro reconheceu ontem o “importante papel” da diplomacia, sobretudo em tempos de pandemia da Covid-19, e defendeu que deve ser inteligente, audaz e capaz de dar respostas aos desafios de desenvolvimento do País.

“Gostaria de salientar os esforços e os ganhos já obtidos com a nossa diplomacia. O contexto que vivemos requer uma diplomacia inteligente, audaz e capaz de dar respostas aos desafios de desenvolvimento do País”, defendeu o Primeiro-Ministro, no encerramento da primeira Conferência Anual sobre Política Externa, na Cidade da Praia.

Na sua intervenção, o Chefe do Governo lembrou que Cabo Verde foi dos países mais afetados economicamente pela pandemia da Covid-19, mas já vislumbra “sinais de retoma”, num ano ainda marcado por incertezas e de transição.

Neste quadro, reafirmou que o País deve dar “especial atenção” ao alívio da dívida e ao financiamento climático, e voltou a pedir “foco” numa atenção especial aos pequenos Estados insulares e em desenvolvimento.

“As dimensões económicas, sociais e ambientais para o aumento da resiliência e o alcançar dos ODS através de transformações estruturais, devem ter respaldo na nossa diplomacia de cooperação, de parceria para o desenvolvimento e económica”, salientou Ulisses Correia e Silva.

Defendendo o multilateralismo, o Primeiro-Ministro sublinhou que a segurança é outro “ativo de alto valor” para Cabo Verde, tal como a Diáspora, defendendo uma maior proximidade, assertividade e sentido de estratégico nas relações com as comunidades emigradas. “É importante para a atração de competências e de investimentos, alargamento do mercado interno e para a notoriedade do País”, sustentou.

Organizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, a primeira Conferência Anual da Política Externa, CAPE, foi instituída pelo Governo para discutir questões pertinentes à política externa e à diplomacia do País.

Entre as conclusões apresentadas pela Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Miryam Vieira, está a mobilização de recursos, defesa do multilateralismo, integração do País em grupos regionais e internacionais e um apelo para uma “atenção especial” aos pequenos Estados insulares. Também recomendou uma diplomacia voltada para a ciência, conhecimento, academia, além da vertente económica e política, e uma aposta na diáspora, com a secretária de Estado a anunciar a criação de uma base de dados com associações na diáspora e mais aposta nos recursos humanos.

Na sua intervenção final, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Figueiredo Soares, disse que a CAPE cumpre com os objetivos preconizados e anunciou para breve a criação de um Instituto Diplomático, como lugar e instrumento para recolha e recuperação da memória do ministério e do património construído pela política externa Cabo-verdiana.