MpD e UCID fizeram aprovar a lei e o PAICV manteve-se do “lado errado” da história
A lei que define a pensão financeira às vítimas de torturas e maus tratos, nas ilhas de São Vicente e Santo Antão, em 1977 e 1981, voltou ontem à plenária da Assembleia Nacional, agora para a votação global final, tendo merecido a regeição do PAICV, na linha do que o Partido já tinha feito.
Valeram os votos do MpD e da UCID para a viabilização da proposta que define uma pensão mensal na ordem dos 75 mil escudos às vítimas.
Em caso de morte do beneficiário da pensão, estipula o diploma, têm direito à pensão de sobrevivência os “herdeiros hábeis”.
O voto contra
A bancada do PAICV, com execeção do Deputado Carlos Delgado, de Santo Antão, que se absteve, votou contra a proposta de lei, tal como já tinha feito na votação anterior.
Desta vez, quem deu voz à negação da história foi Felisberto Veira, que classificou a proposta de lei uma “iniciativa armadilhada”.
Filú vai mais longe e catalogo de “muito desgosto, oportunística, enganadora e demagógica” a referida lei.
O MpD e a UCID viabilizaram a lei e João Gomes, do MpD, comentou que o PAICV “teima” em estar do “lado errado” da história, ao não aprovar esta lei.
Segundo observou, “quem torturou, não pode votar a favor da compensação” financeira.
António Monteiro lamentou o posicionamento da bancada do PAICV e as declarações de Felisberto Vieira.
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É pouco! Nós de Santo Antão queríamos, muito mais que uma compensação às famílias, que os executantes e os mandantes fossem julgados e condenados. Não importa se tenham agora 80 ou 90 e tal anos de idade! Foi crime aquilo que se cometeu no ano de 1981 em Santo Antão! A guerrilha proveniente das matas da Guiné-Bissau e que tomou de assalto essas ilhas, veio com o claro objetivo de silenciar todos aqueles que não os apoiavam. É revoltante hoje vê-los a levar as suas vidas na maior tranquilidade quando as vítimas das atrocidades continuam a sofrer na pele as mazelas de então. Façam justiça! Ponham esses senhores atrás das grades!
É pouco! Nós os Cabo-verdianos queremos, muito mais que uma compensação às famílias, que os executantes e os mandantes fossem julgados e condenados. Não importa se tenham agora 80 ou 90 e tal anos de idade! Foi crime aquilo que se cometeu no ano de 1981 em Santo Antão! A guerrilha proveniente das matas da Guiné-Bissau e que tomou de assalto essas ilhas, veio com o claro objetivo de silenciar todos aqueles que não os apoiavam. É revoltante hoje vê-los a levar as suas vidas na maior tranquilidade quando as vítimas das atrocidades continuam a sofrer na pele as mazelas de então. Façam justiça! Ponham esses senhores atrás das grades!
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